sábado, 30 de janeiro de 2010

Temas Formativos: A Criação



Este Blogue do Arciprestado de Águeda propôs-se desde o início dar formação cristã. Damos, assim, início a uma rubrica designada “Temas Formativos”. Está aberta à participação de todos.

Começamos pelas origens, pelo princípio, pelo início, como é habitual.
Vamos fazer uma abordagem sobre a criação.
Em primeiro, situaremos o relato da criação no Pentateuco e, principalmente, no livro do Génesis.
Situada a criação, analisamos de uma forma geral as tradições que tratam da criação directamente: tradição Sacerdotal e tradição Javista.
Partindo para outra etapa, estudaremos o relato da criação da tradiçao Javista, e trataremos esta tradição mais em pormenor, começando por abordar do nome Iahweh-Elohím. Avançaremos, começando pela criação da terra e do céu, pela descrição da terra quando foi criada e parando um pouco na questão muito formulada hoje sobre a Bíblia como ciência. Será que o mundo apareceu como um relato na Bíblia?
Continuando com a formação do homem explicaremos que o autor sagrado não tem como objectivo principal narrar a forma como o homem foi criado mas sim salientar que a origem do mundo está em Deus.
Deus plantou um jardim com rios para o regar e coloca o homem nesse jardim. No entanto, dá uma ordem ao homem: “Podes comer de todas as árvores do jardim, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” (Gn 2,16-17).
Abordaremos por fim a criação da mulher a partir do homem.



GÉNESIS E A CRIAÇÃO


Para se dar uma explicação sobre os relatos da criação é necessário, antes de mais, enquadrar estes relatos no livro em que estão inseridos: Génesis.
O livro dos Génesis é o primeiro livro da Bíblia e do Pentateuco. “O nome Génesis é uma herança dos setenta, que, tal como em outros livros da Bíblia, o atribuíram tendo em conta o conteúdo de todo o livro, que lhes sugeria, por um lado, as origens de toda a humanidade e do universo e, por outro lado, as origens do povo hebreu. E este nome está algo inspirado na expressão inicial, que os judeus se habituaram a utilizar também como título (bereshit - ‘no princípio’)” (J. A. RAMOS).
O livro do Génesis divide-se em duas partes: a primeira (1-11) remonta às origens do mundo e estende a sua perspectiva à humanidade inteira. “Relata a criação do universo e do homem, a queda original e as suas consequências, e a perversidade crescente castigada pelo dilúvio. A partir de Noé, a terra se repovoa” (Bíblia de Jerusalém). Esta parte termina com a torre de Babel. Esta narração é uma forte censura à ousadia humana, quando se permite invadir a esfera do divino e uma resposta folclore hebreu ao problema da diversidade das línguas.
“Há quem pense que o nome de Génesis aplicado assim às origens do universo podia ser um indício da ideia mítica antiga de que o mundo apareceu por um processo que tem semelhanças com o da geração e nascimentos humanos. Algumas mitologias antigas dão exemplos claros dessa maneira de pensar, nomeadamente alguns mitos egípcios e cananaicos, em que a actividade do deus criador se descreve como uma fecundação. Não é impossível que algum indício fique desses temas míticos próximos e contemporâneos dos autores do Génesis. Mas a ideia de sucessão histórica das gerações que mantêm laços de solidariedade, apesar das distâncias, é o aspecto mais marcante na perspectiva original hebraica” (J. A. RAMOS).


este tema continua nos próximos dias.
esteja atento

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