terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Clero de Aveiro em formação



“Ano Sacerdotal: do Mistério ao Ministério”

Arrancou a Semana da Formação do Clero de Aveiro que decorre até sexta-feira, na Casa Diocesana de Albergaria-a-Velha. “Ano Sacerdotal: do Mistério ao Ministério” é o tema escolhido para esta acção de formação que congrega bispos, padres e diáconos da Diocese de Aveiro.

Na palavra de abertura, depois da oração de Laudes, D. António Francisco lançou o mote para os trabalhos. Deixou uma primeira palavra de estímulo aos presentes, assentindo que a formação deverá servir para “reavivar o dom que há em cada um”, ainda na linha do Simpósio do Clero de Portugal que decorreu em Setembro de 2009, em Fátima.

De seguida, deixou uma mensagem de comunhão com todos os presentes a quem pediu que, com fidelidade, amem a Igreja como Mãe e Mestra.

Vocações sacerdotais, religiosas e consagradas e formação permanente do clero foram tidas em consideração pelo prelado que recordou os quatro pilares da formação permanente: «intimidade com Cristo, relação com os outros, responsabilidade para com o dom recebido e continuidade no tempo».

Novos tempos exigem mudanças no padre

A primeira comunicação dos trabalhos pertenceu a D. António Marcelimo que abordou o badalado tema “Padres para este tempo”. Depois de anotar algumas características do tempo actual, o bispo emérito de Aveiro afirmou que o padre de hoje deve manifestar particular atenção à frenética mudança cultural que o mundo assiste, salientando que «novos tempos exigem mudanças dentro de cada um».

«Ao servidor compete adaptar-se às necessidades e exigências daqueles a quem serve», garantiu D. Marcelino, sustentando que essas mudanças e adaptações devem «partir sempre do interior de cada pessoa».

Aliás, «a Igreja ao longo dos tempos tem sido um contínuo adaptar-se para melhor servir». O prelado apontou que os maiores desafios da Igreja actual são a «indiferença religiosa» e o «laicismo militante».

Falando a um presbitério bem conhecido, D. António Marcelino pediu que a Igreja não pactue com uma «pastoral da manutenção». Para combater esta tendência exortou a que a acção pastoral vá ao encontro dos problemas das pessoas. Nesse sentido, os planos ou programas pastorais devem ter em atenção a vida concretas das pessoas bem como a vertigem das mudanças sócio-culturais que a sociedade vai sofrendo.

Formação dos leigos e pastoral de conjunto ou orgânica foram questões abordadas na intervenção de D. António Marcelino, que deixou o apelo: «Onde está o Espírito Santo, aí está a força, a inovação, a renovação, a mudança e a conversão».

Já a terminar deixou as marcas características do que é, ou deve ser, a vida sacerdotal. Assim, o padre é homem de Deus, configurado com Cristo e comprometido com a salvação de todos. Deve ser próximo, entregue por inteiro à missão e procurando força na vivência da caridade pastoral. Além disso, é homem da Igreja em união afectiva e efectiva com o Bispo e o Presbitério. Deve rejeitar o carreirismo e procurar ser criativo e inovador na acção pastoral conjunta/eclesial.

Leigos definem o padre de hoje

De tarde, realizou-se um painel, moderado pelo padre Querubim Silva, sobre “O que se diz do padre”, e que contou com a presença de Élio Maia, presidente da Câmara de Aveiro, Ivan Dias, director executivo do “Diário de Aveiro”, Ondina Matos, enfermeira e jovem do Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil e Vocacional, e Irmã Helena Maria, da Congregação do Amor de Deus.

O dia encerrou com a celebração da Eucaristia com Vésperas, seguindo-se o jantar.


Diác. José António Carneiro
foto: Pe. Júlio Grangeia
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1 comentário:

Rosa disse...

A todos desejo boa semana de formação.
Rezamos por vós.




"Do mesmo modo que o campo, por mais fértil que seja, sem cultivo não pode dar frutos, assim é o espírito sem estudo."
( Cícero )