quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Testemunho é a melhor forma de atrair novas vocações

Bento XVI está convencido de que o testemunho de padres fiéis à sua missão contribui para suscitar respostas afirmativas ao chamamento que Deus faz à vida sacerdotal e consagrada.

“A fecundidade da proposta vocacional depende primariamente da acção gratuita de Deus, mas é favorecida também – como o confirma a experiência pastoral – pela qualidade e riqueza do testemunho pessoal e comunitário de todos aqueles que já responderam ao chamamento do Senhor no ministério sacerdotal e na vida consagrada”, escreve o Papa na mensagem para o 47.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

A primeira parte do documento é dedicada a uma breve resenha histórica, biblicamente sustentada, sobre a importância da coerência entre as palavras e os actos.

“Já no Antigo Testamento – recorda o texto – os profetas tinham consciência de que eram chamados a testemunhar com a sua vida aquilo que anunciavam, prontos a enfrentar mesmo a incompreensão, a rejeição, a perseguição.”

A missão de Jesus, por seu lado, comprova “o amor de Deus por todos os homens sem distinção, com especial atenção pelos últimos, os pecadores, os marginalizados, os pobres”. Ele “é a suprema Testemunha de Deus e da sua ânsia de que todos se salvem”, observa Bento XVI.

A opção dos apóstolos em deixar tudo para seguir Jesus atesta que a “iniciativa livre e gratuita de Deus cruza-se com a responsabilidade humana daqueles que acolhem o seu convite, e interpela-os para se tornarem, com o próprio testemunho, instrumentos do chamamento divino”.

Oração, oferta de vida e comunhão

O Papa destaca três aspectos da vida do padre que considera essenciais para “um testemunho sacerdotal eficaz”.

A mensagem começa por destacar a “amizade com Cristo”, que se manifesta e alimenta da oração, “primeiro testemunho que suscita vocações”. “Quem quiser ser discípulo e testemunha de Cristo deve tê-Lo ‘visto’ pessoalmente, deve tê-Lo conhecido, deve ter aprendido a amá-Lo e a permanecer com Ele, assinala a mensagem.

O segundo aspecto que deve transparecer na vida das pessoas consagradas consiste no “dom total de si mesmo a Deus”. “A história de cada vocação – indica Bento XVI – cruza-se quase sempre com o testemunho de um sacerdote que vive jubilosamente a doação de si mesmo aos irmãos por amor do Reino dos Céus”.

O sacerdote deve ser também “um homem de comunhão, aberto a todos”, ajudando a “superar divisões” e “perdoar as ofensas”.

A alegria que nasce de uma vida enraizada na oração, oferta de vida e comunhão contribui para manifestar uma esperança que vence todas as tristezas. O testemunho desta convicção poderá interpelar aqueles que se interrogam sobre o chamamento de Deus.

“Os jovens – sublinha o Papa – se virem os sacerdotes isolados e tristes, com certeza não se sentirão encorajados a seguir o seu exemplo. Levados a considerar que tal possa ser o futuro de um padre, vêem aumentar a sua hesitação.” Por isso torna-se importante mostrar “a beleza de ser sacerdote”.

Em síntese, “as vocações sacerdotais nascem do contacto com os sacerdotes, como se fossem uma espécie de património precioso comunicado com a palavra, o exemplo e a existência inteira”.

De maneira semelhante, a fidelidade e o testemunho dos religiosos, “porque se deixam conquistar por Deus renunciando a si mesmos, continuam a suscitar no ânimo de muitos jovens o desejo de, por sua vez, seguirem Cristo para sempre, de modo generoso e total”.

Fonte: Ecclesia

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